A gastronomia mexicana ultrapassou fronteiras. Muitos dos pratos tradicionais hoje podem ser facilmente encontrados em outros países. Para se ter uma ideia, no Reino Unido e até no Japão, a cozinha mexicana é bem conhecida como comida popular de rua. No sudoeste dos Estados Unidos, a presença dessa gastronomia é tão forte que ela, na combinação com a cozinha local, acabou dando origem à culinária tex-mex.
Além disso, os premiados chefs mexicanos ajudaram a fomentar a importância dessa gastronomia que, inclusive, foi inscrita pela Unesco, em 2010, na lista do Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade.
Indra Carrillo, Carlos Gaytán, Paco Méndez, Roberto Ruiz e Cosme Aguilar foram distinguidos com a estrela Michelin, o maior reconhecimento no mundo gastronômico. Eles orgulhosamente representam o México, respectivamente, em Paris, Chicago, Madri, Barcelona e Nova York. Esses chefs adaptaram a cozinha e os ingredientes tradicionais aos mais exigentes paladares.
A história da tradicional cozinha mexicana remonta à chegada dos conquistadores espanhóis à antiga Cidade do México (Tenochtitlán). Já naquela época (1519), eles descobriram que o povo asteca tinha uma dieta específica: comia pratos feitos a partir do milho, como a tortilla mexicana, com algumas ervas e geralmente com feijão. Hoje, sabe-se que a mistura de feijões com milho dá origem a um composto de aminoácidos que é bom para a dieta e para a saúde.
Vale destacar que muitas dessas receitas tradicionais mexicanas têm como base práticas e técnicas culinárias milenares, como a nixtamalização do milho, que é um processo de cozimento e maceração do grão maduro em solução alcalina de cal, que facilita a moagem, melhora o sabor, aroma e valor nutritivo.
Além do milho e do feijão, outros produtos indígenas estão presentes nessa culinária, como o tomate, a abóbora, o abacate, o cacau e a baunilha. No prato dos mexicanos, também é muito comum o nopal, um cacto semelhante à palma, vegetação encontrada no sertão brasileiro. O vegetal é usado até hoje como acompanhamento ou no preparo das massas de tortilhas, vendidas em qualquer esquina, sob generosas camadas de tomate, queijos e temperos típicos.
A pimenta, tão tradicional nessa culinária, também é uma herança dos indígenas, que já cultivavam plantas da espécie Capsicum annuum por volta de 7000 a.C. Essa espécie, nativa da região, deu origem a mais de 140 variedades de pimentas, como o jalapeño e a pimenta-caiena. A gastronomia mexicana tradicional evoluiu do uso das pimentas secas como temperos para as salsas, que são molhos picantes. Elas podem ser verdes, com tomate verde e jalapeño, ou vermelhas, com tomate vermelho, pimenta habanera ou pimentão.
Por outro lado, os colonizadores espanhóis foram responsáveis pela introdução de arroz, carne de vaca, porco, galinha e cabra, orégano, salsa e canela na gastronomia mexicana.
O taco e a tequila
Diz a lenda que foi Monteczuma quem inventou o taco. O quinto imperador asteca, que viveu entre 1398 e 1469, gostava de usar tortillas de milho redondas e feitas em pedras quentes como colher. Esse é o primeiro registro de qualquer coisa parecida com um taco na história. Mais tarde, com a chegada dos espanhóis, os recheios de carne e queijo foram sendo introduzidos.
E essa mistura de tradições influenciou até mesmo a produção da bebida que é referência quando se fala em México: a tequila. O pulque, uma bebida fermentada produzida a partir da seiva da Agave americana, já era consumido na região central do México antes da chegada dos europeus. Quando os conquistadores espanhóis esgotaram seus estoques de conhaque, passaram a destilar o agave, criando, assim, a tequila, uma das primeiras bebidas destiladas da América.
Turismo gastronômico
Essa culinária tradicional tem cada vez mais atraído turistas para o México. Tanto quem vai a passeio quanto quem vai a trabalho gosta de apreciar as delícias locais. A comida de rua é bem típica. Não faltam cactos e tacos para comer enquanto se passeia. Vale ressaltar que a tortilla de milho do taco tradicional não é frita. Essa foi uma invenção americana para a culinária tex-mex.
À noite, é possível ver mariachis tocando nos restaurantes, principalmente na plaza Garibaldi (Cidade do México), um ponto tradicional da madrugada onde os cantores competem para ver quem consegue ser mais ouvido. O ideal é pedir uma mesa em um dos bares da praça e apreciar a boa música latino-americana.
Quem vai ao México para acompanhar a celebração do Dia dos Mortos se depara também com comidas típicas dessa data, como as caveiras de doce e o pan-de-muerto, um pão doce adornado com figuras, geralmente na forma de crânios, e polvilhado com açúcar. Algumas bebidas tradicionais, como mezcal, atole e pulque, são também colocadas nos “altares dos mortos”, como oferenda.
Sem dúvida, trata-se de uma gastronomia riquíssima. Para aproveitá-la da melhor maneira, nossa dica é que você aprenda o idioma espanhol. Isso mesmo! Na Espanhol Fluente, acreditamos que a língua de um país, sua gastronomia, sua cultura e até a maneira como fazem negócios estão relacionadas. Sendo assim, nossa capacitação de profissionais no idioma leva todos esses aspectos em consideração.
Por isso, se você planeja viajar ou trabalhar em outro país, conte conosco!